Na Bíblia, encontramos abundamentemente o plano, o desígnio de Deus. A Bíblia é porém parte de toda a revelação. O evangelista João termina o seu evangelho afirmando de forma hiperbólica: “Há muitas coisas que Jesus fez e que, se fossem escritas uma por uma, creio que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que seriam escritos” (João 21, 25). “A Tradição Apostólica é a transmissão da mensagem de Cristo, realizada desde as origens do cristianismo, mediante a pregação, o testemunho, as instituições, o culto, os escritos inspirados. Os apóstolos transmitiram a seus sucessores, os bispos, e, por meio deles, a todas as gerações até o final dos tempos o que receberam de Cristo e aprenderam do Espírito Santo” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica 12). A Tradição apostólica se realiza com a transmissão viva da Palavra de Deus (também chamada simplesmente de Tradição) e com a Sagrada Escritura, que é o mesmo anúncio da salvação feito por escrito. A Tradição e a Sagrada Escritura estão em estreita ligação e comunicação entre si. Ambas, com efeito, tornam presente e fecundo na Igreja o mistério de Cristo e brotam da mesma fonte divina, constituem, um só sagrado depósito da fé, de onde a Igreja haure a própria certeza sobre todas as coisas reveladas. A transmissão da revelação divina é destinada a todos os homens e mulheres, porque “Deus quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1ª Timóteo 2,4) ou seja de Jesus Cristo. Por isso, é necessário que Cristo seja anunciado a todos os homens, segundo o seu próprio mandamento: “Ide, pois, fazer meus discípulos entre todas as nações” (Mateus 28,19). A história da salvação possui duas etapas: a primeira, chamada Antigo Testamento, é o tempo anterior a Cristo, e a segunda, chamada Novo Testamento, o tempo desde a vinda do Salvador Jesus Cristo. O Antigo Testamento prepara o Novo e o Novo é o cumprimento do Antigo:os dois se iluminam mutuamente. O Novo Testamento cujo objeto central é Jesus Cristo, confia-nos a verdade definitiva da Revelação divina. Nele, os quatro evangelhos, o de Mateus, Marcos, Lucas e João, por serem o principal testemunho sobre a vida e a doutrina de Jesus, constituem o coração de todas as Escrituras e ocupam um lugar único na Igreja. A Sagrada Escritura dá suporte e vigor à vida da Igreja. É para seus filhos firmeza da fé, alimento e fonte de vida espiritual. É alma da teologia e da pregação pastoral. Diz o salmista: é “lâmpada para meus passos e luz no meu caminho” (Salmo 119, 105). A Igreja exorta por isso a freqüente leitura da Sagrada Escritura, porque “a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo” (São Jerônimo). Deus é o autor da Sagrada Escritura. Por isso dizemos que ela é inspirada e ensina sem erro as verdades que são necessárias à nossa salvação. O Espírito Santo inspirou os autores humanos, que escreveram o que ele quis nos ensinar. A fé cristã não é “uma religião do Livro”, mas da Palavra de Deus, que não é “uma palavra escrita e muda, mas o Verbo encarnado e vivo” (São Bernardo de Claraval). É o próprio Filho de Deus feito homem. Esta Palavra se concretiza numa pessoa única, visível, que fez uma história de vida e permanece entre nós. Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, que nos alcança a graça de filhos de Deus renascido para a vida nova no batismo. São Jerônimo escrevendo a Ponciano disse: “Lê muito frequentemente a sagrada escritura. Direi mais: as tuas mãos não deveriam jamais largar o texto sagrado. Estuda a matéria que deves ensinar. Permanece ligado à palavra da fé, segundo o ensinamento obtido”. É isso que devemos fazer também irmãos e irmãs, nos apegarmos cada vez mais ao estudo das Sagradas Escrituras e ela certamente nos dará mais força e coragem para prossseguirmos em nossa caminhada de fé e em nossa missão.
Um grande abraço e fiquem com Deus.
Diác Lando
|